sábado, 2 de novembro de 2024


 
Eu não conheço a dor de perder um filho, ainda tenho o meu aqui comigo. Nem consigo imaginar, quando tento, lágrimas escorrem pelo meu rosto. Mas conheço a dor de ter tido um filho saudável e vê-lo adoecer gravemente. Essa dor é constante, não é superada.

Em cada amanhecer, quando entro no quarto do meu Vini e o vejo na cama, a dor dá um jeito de mostrar que ela está ali, o coração sente e chora. 
Uma caminhada longa, dezoito anos avistando a mesma cena - a doença progredindo lentamente e tirando a nossa paz.
É preciso ter muito equilíbrio para não esmorecer. É preciso decidir acreditar em Deus,  para prosseguir. É preciso escolher ser forte para que a fraqueza não fale mais alto. 

Estou aqui lutando, diariamente,  pelas nossas vidas. Não sei até quando vou ter meu moço comigo, enquanto eu o tiver, darei o meu melhor por ele. Escolho ser forte. Escolho driblar a tristeza. Escolho acreditar em Deus.