"Mãe que ama, cuida!"

Sexta-feira, eu tive uma experiência que falou muito comigo, deixou-me pensativa, agradecida, fez-me ver que, por mais difícil que seja a situação, Deus é comigo, é Ele quem me sustenta e que, eu sou uma escolhida, meu Reizinho é um escolhido, enfim, eu fui agraciada por ser mãe dele e ele teve o grande privilégio de ser filho de quem o ama demais.

Eu fui à Sesau, levar uma receita de um medicamento e tb p/ retirar fraldas e lá estava uma mulher que tb foi retirar fraldas e alimento p/ a filha dela. Enquanto esperávamos, ficamos conversando. Ela me contou q a filha dela sofreu um acidente de moto aos 18 anos e ficou tetraplégica, estando acamada, c/ gastrostomia e traqueostomia há 09 anos. Ela me perguntou onde eu morava, p/ ver a possibilidade de pegar uma carona comigo, já que estava c/ 03 fardos de fraldas, 01 caixa c/ latas de leite e dependia de ônibus. Apesar de ela morar em um lugar bem distante de onde moro, em sentido oposto ao meu, ao ver a dificuldade q ela enfrentaria, eu ofereci carona.

Lá fomos nós, ela me explicando seu endereço e nós duas trocando experiências c/ nossos filhos.

Falei p/ ela q/ o q/ me movia era a fé, que eu sou sustentada por Deus e que, apesar de toda dor, angústia no coração eu creio na restauração do meu filho.

Chegando na casa dela, eu disse que já que fui até lá, se ela não se importasse, se eu podia entrar e fazer uma oração p/ sua filha. Ela disse q tudo bem, mas, que eu não reparasse a bagunça.

Quando ela abriu o portão, era uma casa bem pequena no fundo, simples, c/ um quintal de terra na frente, muita sujeira, uns cinco cachorros magros, tínhamos q desviar p/ não pisar em cocô. Ao entrarmos numa varandinha, havia um tanque cheia de louça por lavar, a varanda estava toda suja de cocô de cachorro, alguns dos cachorros estavam soltos e pulavam em nós.

Ela abriu a porta c/ a chave, estava tudo escuro, sem janelas, sem ventilação e o estado de dentro era pior que o de fora, um cheiro insuportável de cocô de gato, c/ jornais espalhados e vários gatos. Passamos por esses gatos, pisando em cocô, p/ chegarmos na cama da filha.

A filha estava deitada numa cama hospitalar e apesar do calor, estava c/ um cobertor até na altura da traqueo. Ela ficava o tempo todo mandando beijo. O cheiro da casa era insuportável. Uma situação deprimente. Uma falta de higiene inacreditável.

Eu orei, mas, confesso que não foi possível me concentrar. O que eu queria, realmente, era sair daquele lugar.

Ao saírmos, eu vi que tinha patos e a mãe ainda comentou que também tinha coelhos.
As pessoas confundem pobreza c/ porquice. Poderia ser a casa mais simples que fosse, mas, necessariamente, tinha que ser limpa.

Eu fiquei sem entender por que que a filha acamada estava trancada na casa, já q ela tem outra filha mais nova q, segundo a mãe, ajuda a cuidar da irmã e foi ela quem abriu o portão p/ nós. Uma "moçona" de 17 anos, que, sinceramente, não sei como conseguia ficar naquele ambiente sem limpá-lo.

Quem ama cuida!

Eu saí de lá pensando nos meus filhos, especialmente no Reizinho. Em como o meu amor por ele é imenso, por isso dou o meu melhor p/ q ele sinta que é amado. Pensei na nossa casa arejada, limpa, perfumada, sua cama ao lado da minha. Troco os forros de cama todos os dias. Vinícius é limpo, cheiroso, hidratado, seu banho é no chuveiro, ele sai do quarto. Tudo é esterilizado, uso luvas e álcool 70 p/ tudo o q/ vou fazer c/ ele e para ele.

Enfim, eu o amo. Quem ama cuida, cuida com amor!

Eu amo minha Ana Liz!

Só agora tive tempo de escrever aqui, mas, em tempo - Que Deus abençõe as mães, especialmente, aquelas que, assim como eu, desdobram-se p/ dar o melhor para seus filhos. E o melhor não são bens materiais e sim amor, amor incondicional.

Beijos Silvia de Cuiabá, Ângela, enfim, todas as mães que nos seguem!

Que o Senhor nos dê sabedoria que vem do alto p/ cuidarmos dos nossos filhos!