Vinícius, meu reizinho

 No domingo passado, fomos ao culto à noite,  teve uma cantata de Páscoa. Tinha um jovem lindo, cerca de 20 anos, loiro, bem vestido, ao lado da avó. Ele levantava as mãos em adoração a Deus e também em oração. Uma cena linda de se ver! Mas a faca que eu tenho cravada no meu peito, desde que meu Vini adoeceu e que fica quietinha ali, foi mexida e sangrou.

Caramba, como dói! Não tinha como eu olhar para o jovem e não pensar no meu filho. Podia ser ele ali, lindo, bem vestido, ao nosso lado, ao lado da avó, com as mãos levantadas, adorando a Deus. Passava um filme na minha mente de tudo que vivemos, de tudo o que foi tirado do Vini e eu fiquei imaginando como seria se tudo tivesse sido diferente. 

Talvez eu não consiga expressar em palavras, o sentimento que dilacera a minha alma! É só vivendo para saber. E que ninguém viva!! Eu não desejo isso para ninguém! Que todos vivam e desfrutem da grande benção de ter os filhos saudáveis, de vê-los crescer e se tornarem jovens, adultos e completarem o ciclo normal da vida.

Eu sou uma pessoa marcada! Aprendi a viver ou a sobreviver com uma tragédia. Aprendi a lidar com a dor. Aprendi a valorizar o que realmente tem valor. E, sem sombra de dúvidas, só estou em pé, por que existe uma força divina em mim. Por mim mesma, a dor e o desespero já teriam me vencido.

Eu não sou forte. Forte é o Deus que habita em mim.